Aprendizados do Residencial do Parque e Olavo Bilac

Em janeiro completei 9 anos de formado, junto com o Gustavo Bernardi e a Renata Venturini Zampieri, arquitetos sócios e fundados da antiga LP desenho e arquitetura, hoje LP arquitetos e LP treinamentos e desenho. Com isso acabei refletindo sobre as experiências que passamos na vida profissional, nossa evolução e no nosso aprendizados. No fim acho até que tem mais acertos, mas tem erros também, claro que esse é o meu ponto de vista. Aqui vou focar nos dois primeiros edifícios que projetamos, e que saíram do papel, foram as primeiras experiências com o mercado, engenharia, prefeitura, acompanhamento de obra e vários outros pontos.

Coincidentemente relembramos nas nossas redes sociais os projetos, postando as fotos desses dois empreendimentos, o Condomínio Residencial Olavo Bilac, e o Residencial do Parque.

Residencial Olavo Bilac

A concepção do Projeto do Residencial Olavo Bilac pode ser vista aqui, o que vou falar é o que tiramos após o projeto executado, o que levamos de experiência com o acompanhamento das etapas do projeto e da obra. O resultado final do Olavo Bilac foi muito próximo do esperado, era um condomínio robusto, com mais de 9 mil m², com área de lazer, espaço para salão de festas, para academia, sala de jogos e piscina. São apartamentos de 88 m² e 135 m² privativos, distribuídos em 2 torres. Além de aprender na marra a legislação básica e normas para essa tipologia, outros dois pontos de aprendizados ficaram marcados, a relação e aceitação do mercado e o choque entre estrutura e arquitetônico.  

A relação com o mercado se deve ao fato de termos feito projetos de interiores para alguns apartamentos, não ficou só no feedback da engenharia e dos corretores,  e sim na relação que desenvolvemos com os clientes, modificando o nosso próprio projeto. Com isso ajustamos um pouco nossos conceitos, principalmente com relação ao tamanho da suíte do casal e com o banheiro de serviço, que acabou virando um depósito em todos os apartamentos que modificamos.

No começo do serviço, após a aprovação do projeto pelos investidores e proprietários dos terrenos, bem como a negociação da permuta, começaram as reuniões com o responsável pelo cálculo estrutural. Já tínhamos uma noção básica, mas ali em algumas reuniões fomos aprendendo sobre sentidos, dimensões e posicionamento de pilares e vigas, em resumo, como funciona a estrutura isostática de uma edificação. Esse aprendizado serviu de base para que nossos lançamentos iniciais não ficassem destoantes do estrutural final. Até hoje sempre que conversamos com um engenheiro especialista em cálculo estrutural aprendemos e aprimoramos nosso conhecimento para essa atividade.

Veja mais informações sobre o projeto no nosso site.

Residencial do Parque.

O residencial do Parque fica em um lote de esquina, com índice de aproveitamento relativamente baixo (2 vezes a área do terreno), e foi requisitado para ser executado em alvenaria estrutural. Esses condicionantes foram fundamentais para o desenvolvimento do projeto, que resultou em uma edificação com proporções para a alvenaria estrutural. O Residencial do Parque possui 7 pavimentos e uma planta quase quadrada, não ultrapassando a dimensão para necessitar de junta de dilatação. São 24 apartamentos, sendo metade de 1 dormitório e 47 m² privativos e a outra metade de 2 dormitórios e 71 m² privativos. São apartamentos pequeno, mas confortáveis, novamente com suites pequenas, mas ampla área social.

No Residencial do Parque começamos a automatizar e aprimorar os desenhos para aprovação na prefeitura, criando checklists e padrões de arquivos para as etapas de projeto. Além disso o Residencial do Parque ampliou nosso conhecimento e aplicação sobre modulação, como a alvenaria estrutural é feita com blocos modulares, projetamos com modulação de 40 e 20 centímetros, tanto para os cômodos, como nas esquadrias. Aprimoramos também soluções em esquadrias, dutos de churrasqueiras e lajes técnicas, e por fim para evitar obras depois de entregue, melhoramos e propusemos um fechamento do acesso/lote, algo compatível com o orçamento da obra, mas que trouxe segurança aos moradores.

Por uma questão de custo e legislação, não fizemos cobertura sobre o acesso, sinceramente não vimos necessidade dessa cobertura, pois quem está na calçada já está ou se molhando ou protegido da chuva (com um guarda chuva). Porem depois de 3 anos descobrimos, passando na frente da edificação o que o condomínio fez por conta própria, provavelmente sem um projeto, um fechamento, uma cobertura, que na nossa opinião compromete a linguagem visual do prédio. Talvez esse é mais um aprendizado, de comunicação, de se colocar a disposição do síndico e condomínio para auxiliar nessas questões.

Veja mais sobre o Residencial do Parque o nosso site.

 

Acho que é uma obrigação fazer essa reflexão sobre os projetos, não só de forma lúdica, mas de forma racional, para acumular aprendizado e aprimorar os projetos futuros. Essa é também uma vantagem de fazer  vários projetos da mesma tipologia, é uma evolução contínua e acumulativa, por isso acredito também na especialização dos profissionais.

 

Escrito por

Gaúcho, Santa Mariense, Arquiteto e Urbanista que um dia foi anarquista.

4 comentários em “Aprendizados do Residencial do Parque e Olavo Bilac

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s