Já faz um tempo que as áreas de lazer e infraestrutura interna dos edifícios estão cada vez mais completas, edifícios tem academia, espaço gourmet, salão de festas, brinquedoteca, entre outros. Em grandes cidades esses serviços chegam até a carros e bicicletas compartilhadas, piscinas térmicas, depósitos, lavanderia, entre outros.
A questão é que quando uma construtora começa a propor esta infraestrutura, as outras acompanham para não ficarem para trás, afinal querem ter produtos competitivos, e estamos vendo isso acontecer um pouco aqui em Santa Maria. Aqui na cidade, por muito tempo, empreendimentos com áreas e uso coletivo generosas eram pouco comuns, talvez pelo custo de obra, ou pelo medo que o alto custo de condomínio espantasse os clientes. Mas de uns tempos para cá as áreas de lazer e uso comum foram ganhando espaço, basta abrir o site de uma imobiliária e ver que as áreas de uso coletivo estão bastante presentes, e normalmente com destaque no empreendimento.
Na LP arquitetos procuramos trabalhar junto com o incorporador, e criar uma área de acordo com o tamanho e padrão do empreendimento, sempre pensando em custo de construção diluído por unidade, no custo futuro de condomínio, e no padrão e tamanho dos apartamentos. É algo que deve ser pensado com cuidado e racionalidade pelo incorporador e projetistas. O Condomínio Olavo Bilac, por exemplo, que foi projetado em 2009 e ficou pronto em 2012, possui uma ampla área de lazer, com espaço para brinquedoteca, academia, salão de festas e piscina, tudo integrado a um pátio coberto – uma área de pilotis. Isso tudo se justificava pois eram 48 apartamentos de alto padrão, ou seja, eram bastante apartamentos para diluir o custo da construção e do condomínio, mas ao mesmo tempo os imóveis tinham um alto valor de mercado, diluindo ainda mais o custo de construção dessa área, além de o impacto no condomínio também não ser tão elevado.



Um exemplo contrário é o Residencial do Parque, que tinha um número menor de apartamentos, além de ser um empreendimento mais enxuto, com menor custo. Nesse empreendimento, fizemos apenas um salão de festas, que é fundamental para reuniões de condomínio e pequenas festas. Essa lógica se refletiu também no Solar das Oliveiras e no bau727, menos apartamentos, obras com menor custo, menor infraestrutura coletiva, assim consegue-se apartamentos com preços mais competitivos no mercado.



Já o Residencial Vinicius de Moraes possui uma lógica parecida com a do Condomínio Olavo Bilac. Ele é uma obra de mais de 11 mil metros quadrados, possui 50 apartamentos que vão de 85 m² até 200 m², e quatro pavimentos de garagens. Precisávamos ter uma área de lazer, e optamos por localizá-la no terceiro pavimento do edifício, acima das garagens, para poder explorar terraços e criar a divisão entre garagens e apartamentos, além deste espaço já ser contemplado com certa vista dos morros de Santa Maria, que tanto amamos. Alguns empreendimentos preferem colocar áreas de uso comum na cobertura, mas isso muitas vezes implica em convidados externos cruzando toda edificação, além de risco de conflito entre moradores e usuários de salão de festas devido ao ruído.
A decisão não foi fácil, pois o custo estimado daquele 3° pavimento era de mais de 15 mil reais para cada apartamento, mas analisado pelos incorporadores ficou entendido que o tipo de edifício comportava essa área e seria um diferencial para a venda no futuro. Para definirmos o que ia nessa área, usamos nossa experiência de vida em condomínios junto com uma pesquisa com corretores e usuários. O 3° pavimento ficou com um amplo salão de festas, uma espaço para academia, um espaço para brinquedoteca, uma piscina e um espaço gourmet aberto, tudo isso interligado por pátios cobertos e descobertos.



O salão de festas precisava ser amplo, entendemos que deveria ser um espaço que comportasse pelo menos 50-60 pessoas, permitindo pequenas festas de aniversários e outros. O salão possui sacadas privativas, o que permite o uso de áreas abertas junto ao salão sem criar conflito entre os moradores do prédio que estão na área comum. A área da academia tem acesso pela área de pátio coberto, sob pilotis, e ela possui área suficiente para alguns equipamentos principais, e bastante ventilação. Apesar do contato visual com a área de pilotis, a academia possui um terraço privativo, para prática de atividade funcional ao ar livre, mais uma vez sem interferir no fluxo e no uso da área comum pelos moradores.
A brinquedoteca ficou um pouco mais isolada e sem um pátio próprio, para se ter um pouco mais de segurança e não ter o risco de um “pequeno” explorar área externa sem a supervisão de um adulto. O Espaço Gourmet na realidade é uma pequena área aberta, interligada a um grande pátio, para fazer um churrasco com amigos ou família e aproveitar o terraço.



A piscina merece um destaque exclusivo, além de uma área de deck, ela terá uma área de prainha, uma raia longa de 13 metros e um espaço de spa, com bancos e jatos de hidromassagem. Quase tudo é conectado ao pátio coberto, uma área livre que serve para contemplação, diversão, circulação e convivência.



O terceiro pavimento do Vinicius de Moraes está ficando pronto, e aos poucos os volumes, espaços e usos estão tomando forma. Louco para ver essa área completamente pronta e sendo usada pelos moradores. Veja mais fotos aqui.





Um comentário em “Vinicius de Moraes e a área de lazer”