O Residencial Monteiro Lobato.

No começo deste ano um projeto nosso foi finalizado, o Residencial Monteiro Lobato. O Monteiro Lobato fica localizado na rua Heitor Campos, número 54, rua ao lado da Basílica da Nossa Senhora da Medianeira. O Residencial é uma edificação com mais de 8.200 metros quadrados, 15 pavimentos acima do solo e 2 subsolos. No total são 38 apartamentos e 4 pavimentos para as garagens, ficando duas vagas (por vezes resolvidas em um box duplo) para cada apartamento.
Em projeto de edificações, como no Monteiro Lobato, trabalhamos com um projeto completo, não somente um projeto para aprovar na administração municipal. Nele, utilizamos do nosso conhecimento e da nossa experiências de projetos anteriores para melhorar o resultado final. Assim, projetamos e detalhamentos a edificação, solucionando tudo aquilo que um arquiteto deve pensar em uma edificação: esquadrias, cores, revestimentos, forro, iluminação e outros detalhes. A ideia da nossa empresa, do nosso escritório, é sempre pensar duas vezes: “essa é a melhor ideia para esse objeto?”. Quando temos outras alternativas, tentamos verificar se o benefício é válido perante o custo.
A circulação
Depois de pronto, minha colega e sócia Anne Lyse Moroni foi com o Fotógrafo Vitor Ceolin no edifício tirar umas fotos para a Revista Interativa, não pude ir junto. Quando vi as fotos que ele mandou, me surpreendi com a circulação interna, apesar de ter trabalhado no projeto da mesma. Não é nada demais, nós desenhamos os armários, a posição do shaft, escolhemos os acabamentos, o tipo de porta, a iluminação e o forro, algo simples, objetivo, prático e contemporâneo. No fim o resultado ficou surpreendente, bonito mas sem exageros, afinal, é uma circulação! Queria ter encaixado as fotos da circulação na reportagem de alguma maneira, mas no fim não foi possível. Por isso fiz questão de abordá-la aqui.
Conhecia o projeto e acompanhei a execução, mas acho que me surpreendi por que isso não é o que esperamos, ou o que estamos acostumados a ver em uma circulação. Esse cuidado não é dado às circulações em geral de edifícios multifamiliares, estamos acostumados com algo menos organizado. Normalmente os acabamentos são simples, com paredes somente rebocadas, sem massa corrida, ou com algum acabamento em textura. A infraestrutura necessária normalmente é tratada com descaso, com uma porta de metal para o gás em um canto, outra de madeira para algum shaft em outro canto, uma ou duas luminárias simples centralizadas, com luz branca, e uma falta de unidade de conjunto. Talvez o principal problema é que não seja feita aquela última reflexão: “o que pode ser melhor aqui?”. Um pouco de investimento já faria a diferença, qualificando o espaço comum e de efetivo acesso aos apartamentos. Mas Santa Maria parece ter uma vocação para investimentos que visam o corte de custos, não focando tanto na qualidade do produto como um todo.
Não quero só valorizar o serviço do arquiteto, entendo que as construtoras, o setor de engenharia como um todo, precisa abraçar essa ideia, assumir e entender o que é seu produto (apartamento e público alvo), e compreender que seu nome também está naquele projeto finalizado. Não vejo problema na simplicidade e redução de custos, a questão é que muitas vezes a obra (ou uma parte dela) é resultado de soluções automáticas, sem planejamento ou projeto.
No fim precisamos agradecer também à CZ Engenharia, empresa que executou o Residencial Monteiro Lobato e que é parceira em tantos outros projetos do escritório, a qual compreende a importância da qualidade de acabamentos, e que não faz a obra no automático, sempre buscando e exigindo projeto arquitetônico e detalhamentos para as áreas comuns e privativas dos edifícios em geral.
Para saber mais sobre o residencial, basta acessar o álbum dedicado a ele na nossa pagina no Facebook:
https://www.facebook.com/pg/lparquitetos/photos/?tab=album&album_id=290613211279464