
Neste final de semana teve show da Cantora Paula Fernandes no estádio Presidente Vargas em Santa Maria. Para falar a verdade nem sabia que a Baixada ia receber esse show, descobri quando saí para almoçar e no caminho até o centro e vi um tumulto na Avenida Liberdade, alguns carros e algumas pessoas já estavam chegando (almocei as 14:00), até achei que era algum jogo recreativo, pois o movimento começou cedo da tarde, mas logo fui informado que era o Show da cantora.
Pois bem, não conheço muito, nem quero julgar a qualidade das músicas dela, pois acredito que a maioria coloca em dúvida, dos atributos dela, só as músicas. Aqui de casa comumente se escuta o show quando é neste local, pois moro nas redondezas. Porém dessa vez, até quando fiquei em casa não ouvi, sai por volta da meia noite, estranhei, depois descobri todo o atraso. Mas também acho que atraso é outra história e é de comum acordo que músicos e médicos têm um “isolis” na hora de se atrasar, ficamos brabos, mas raramente vamos embora.
Na segunda feira após o show (dia 12 de dezembro) abro o Jornal Diário de Santa Maria e vejo a foto na contracapa que estava relacionada à chamada para a reportagem do show. Nem li a reportagem, fiquei abismado com a foto no jornal. Na foto devem aparecer umas 100 pessoas, as mais próximas do palco, e é mais fácil, dessas 100 pessoas, achar alguém que não esteja fotografando do que alguém que esteja, é impressionante. Isso é algo que tem me intrigado bastante. Nos últimos tempos fui a alguns shows, sendo os de maior importância do Eric Clapton e o Paul McCartney, e nesses shows o fenômeno se repetia, muita filmagens e fotos. E é só dar um tempo que as fotos e filmagens pululam na sua rede social em apenas alguns instantes depois do show, é como se a pessoa curtisse mais a lembrança da sua ida do que o momento. Acho sinceramente que hoje acontece muito isso, não estudei sobre o assunto e não tenho a mínima ideia (desculpe se falo bobagem) porque ocorre, mas adoro inventar teorias, então… Acho que talvez isso aconteça devido à facilidade de contato e compartilhamento em um mural “eterno” e online, ou talvez o medo de esquecer algo que pode ter sido bom, ou quem sabe pela facilidade de mídia, mas de repente é tudo isso junto.
Mas o brabo é que devido a essa necessidade já vi gente chateada ou brigando com o companheiro que não conseguiu gravar a música direito, sim a mesma música que alguém disponibiliza no youtube, a mesma que tu tem no seu cd, ou escutou várias vezes no mp3 player. Mas na hora é diferente, acho que a que tu tens em casa não é mais o suficiente. Até acredito no som, na lembrança da música tocada como tu está escutando, pois acho o máximo escutar aquele álbum ao vivo do Pearl Jam dos shows que foram feitos no Brasil em 2005, estive lá e lembro-me das falas, o cara se emociona e costumeiramente incomoda quem tá do lado, falando que na hora ocorria isso ou aquilo.
Porém hoje talvez tenha se criado a necessidade da posse da gravação, afinal eu tenho um celular ou uma máquina que grava, eu vou colocar, minha voz vai cantar mais alto que a da cantora, vai mostrar onde eu estava, onde eu “curti” o show. Não sei, acho que às vezes poderíamos dar um pouco de trabalho a memoria, as rodas de bar onde podemos contar quando o Marky Ramone subiu ao palco, onde estavamos e descrever tudo que não filmamos, pois estávamos ouvindo o som, dançando, ou até como um amigo meu, que curte o show quieto de braço cruzado e as vezes parece curtir mais de quem não larga a máquina da mão.
Minha irmã acredita que todos podem ser pontos distribuidores de cultura, mas nesse caso acho melhor alguém gravar e me mandar o som para o email em casa. Ah e por ultimo, podíamos guardar um pouco as máquinas para as pessoas como eu que nem levam máquina pudessem olhar o show sem um milhão de telinhas azuis na frente.
Para ver outras fotos do Show, também com muitas câmeras segue links abaixo.
http://www.clicrbs.com.br/especial/rs/dsm/81,16,581,29818,o-show-de-paula-fernandes.html
Falou, falou, falou mas não me explicou. Quem é a Paula Fernandes?
Ao menos tenho uma pista.
É uma moça muito fotografada. Hehehe.
Concordo com essas paradas que tu escreveu aí
E extendo para a arquitetura
Gurizada vai visitar uma obra boa, boa arquitetura, e fica mais preocupada em tirar fotos do que observar e sentir o lugar.
Mas é interessante que quem vai pra um lugar e tenta desenhá-lo num bloco de papel sente muito o espaço.
Lembro que na viagem que fizemos pro meio do Brasil, fomos logrados, mas passamos por Brasília já discutíamos essas coisas. Lembra?
Aí pessoal enlouquecido tirando todas as fotos possíveis de todos os cantos. Todo mundo com fotos iguais.
Bueno, no Itamaraty a gente sentou e ficou conversando no terraço, com aquele jardinzão do Burle Marx.
Um ano depois fui apresentar um trabalho sobre o Itamaraty.
Resultado
Não tinha nenhuma foto hauehuaheuae
Acho que vou ter que começar a visitar o lugar duas vezes.
Uma primeira pra sentir
Outra pra fotografar…
Bueno, compartilho tuas divagações
Abração
Ronald