O poder do acaso!

O poder do acaso!

Esses dias terminei de ler o livro “O andar do Bêbado”, que abriu minha mente para o mundo de probabilidades e, por fim, para o acaso. O livro descreve como as probabilidades foram estudadas na história, mostra fórmulas, e dá exemplos práticos de como algumas decisões podem ser tomadas cuidando das probabilidades, e como nossa intuição pode nos enganar.

Os exemplos vão desde as estatísticas sobre o jogo de escolher uma entre 3 portas em um programa de televisão, passando por jogos de dados, temporadas recordes de baseball e até sobre chance de bebês de sexos diferentes em gravidez gemular. O que posso adiantar, é que em um jogo de portas, quando restar só a sua porta e a outra porta, troque de porta, apesar de parecer que você só tem 50% de chance, ela é muito maior, acredite. Veja o vídeo abaixo.

Muito mercado financeiro é avaliado, buscando mostrar que existe muito mais de acaso no desempenho do que habilidade. Particularmente, é um alívio saber que alguns gurus, não são tão gurus assim.

No fim o livro fala sobre o efeito borboleta e relata como situações específicas pequenas podem fazer uma grande diferença na vida das pessoas, e como muito sucesso, mesmo de Bill Gates, por exemplo, está relacionado a pequenos momentos de acaso. Isso me fez pensar em como pequenos momentos mudam completamente a nossa trajetória, pessoal ou profissional. Imagino que todo mundo tenho mais de um momento que faça pensar “bah, se isso não tivesse acontecido nada do que tenho hoje existiria” e de certa forma, tem várias pessoas que não tiveram a mesma sorte que a gente, que esse momento não aconteceu, e por mais que ela estivesse preparada, os resultados não vão ser os mesmos. 

A ideia não é dizer que não devemos estar preparados, e nem tirar o mérito de quem atingiu seus objetivos, mas entender que os resultados não são o principal medidor de inteligência ou capacidade, que o acaso contribui bastante para os resultados, ou para a falta deles. Pensar dessa forma, tira um pouco da pressão que a nossa sociedade tem construído, de que não ser bem sucedido é um fracasso de responsabilidade pessoal.

Além disso, devemos agradecer aos acasos que nos favorecem, como por exemplo um sorteio de grupo de oficina de faculdade há 16 anos, que colocou eu e minha esposa (nem colega de classe éramos na época) no mesmo grupo. Isso fez a gente se conhecer e ter uma longa e prazerosa trajetória, que deve ir até o fim da nossa vida. Foi um papel tirado de uma caixa, se fosse o papelzinho do lado, tudo poderia ser diferente. Ache esses momentos e agradeça a eles, tire um pouco do ego e diminua o julgamento daqueles que talvez não tiveram a mesma sorte. 

Nas palavra do autor Leonard Mlodinow 

“O que aprendi, acima de tudo, é a seguir em frente, pois a grande ideia é a de que, como o acaso efetivamente participa de nosso destino, um dos importantes fatores que levam ao sucesso está sob o nosso controle: o número de vezes que tentamos rebater a bola, o número de vezes que nos arriscamos, o número de oportunidades que aproveitamos. Pois até mesmo uma moeda viciada que tenda ao fracasso às vezes cairá do lado do sucesso.”

Escrito por

Gaúcho, Santa Mariense, Arquiteto e Urbanista que um dia foi anarquista.

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